Os efeitos prejudiciais do uso do fone de ouvido
No ônibus, no metrô, nas academias, atividades ao ar livre, filas de espera, antes de dormir. Em qualquer uma dessas situações é extremamente comum o uso do fone de ouvido, quer seja para ouvir música ou conversar. Esse equipamento estéreo pessoal é caracterizado por ser prático, portátil, tendo se tornado para muitos um acessório indispensável no dia a dia.
O hábito de utilizar fone de ouvido abrange todas as faixas etárias, em especial os adolescentes e adultos jovens. E a utilização excessiva e inadequada desse acessório tem aumentado o índice de perda auditiva nessa população. A princípio essa perda de audição é difícil de ser percebida, pois apresenta um desenvolvimento lento. As células ciliadas externas, responsáveis pela recepção do som no ouvido interno são lesionadas por sons com intensidade elevada, e uma vez lesionadas, tais células não se “recuperam”, caracterizando uma perda auditiva irreversível.
Segundo estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso de fones de ouvido em volume alto por mais de 90 minutos por dia aumenta o risco de a pessoa desenvolver zumbido ou perda auditiva dentro dos próximos cinco anos. Se o indivíduo utilizar os fones de ouvido na potência máxima, os riscos aumentam em 70%. Ainda de acordo com a OMS, aproximadamente 5% da população brasileira apresenta alterações auditivas em decorrência do uso do fone de ouvido. Essa situação pode ser agravada caso o equipamento seja usado em ambientes barulhentos.
Os primeiros sintomas de perda auditiva associada ao uso constante do fone de ouvido são zumbido e plenitude auricular (sensação de ouvido tampado). Tais sintomas não podem ser ignorados, e um médico otorrinolaringologista deverá ser procurado. A perda de audição poderá ser diagnosticada pela audiometria, exame de rotina para avaliação audiológica. Geralmente a alteração auditiva acomete as frequências mais altas (agudas).
Para preservar a audição e minimizar os efeitos negativos do uso constante e inadequado do fone de ouvido, é sugerido:
Optar por fones no formato concha ao invés dos intra-auriculares, uma vez que esses por serem menores, ficam mais próximos do conduto auditivo, apresentando mais chances de lesionar as células ciliadas externas.
Higienizar os fones de ouvido e mantê-los guardados em local limpo.
O volume ideal é até no máximo da capacidade do dispositivo.
Após o uso prolongado do fone, é necessário deixar o ouvido “descansar”.
Este texto foi escrito por Bianca Cristina Eugênio. Para a elaboração do mesmo foram obtidas informações da Organização Mundial de Saúde e do site http://www.direitodeouvir.com.br/fones-de-ouvido-podem-causar-perda-auditiva-precoce/.
Fonte: Bianca Cristina - Especialista e Mestranda em Audiologia